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Thursday, October 18, 2007

Os mitos da comida de microondas


Pouca coisa consegue ser melhor que um bolo batido na hora, um pão que você mesmo fez a massa ou uma lasanha esticada no rolo de macarrão. Todo mundo sabe que as comidas feitas no fogão de casa são muito mais saborosas do que aquelas que encontramos já prontas nas prateleiras do supermercado. Apesar de ter consciência disso, as pessoas usam a vida corrida como desculpa - sincera, muitas vezes - para consumir cada vez mais esses produtos práticos e rápidos, que ficam prontos em cinco minutos no quase indispensável microondas. No início de setembro, circulou pelos jornais do mundo a notícia de que um homem que comeu pipoca de microondas, todos os dias, durante anos, abriu um processo nos Estados Unidos contra a empresa fabricante do produto, alegando que um dos ingredientes contido no alimento, o diacetil, teria sido responsável pela deterioração de sua capacidade respiratória.



Ao ler essa notícia, muita gente se deu conta de que, apesar de usar esse aparelho em quase todas as refeições, não sabe ao certo se ele é nocivo ou não. A partir daí, a sociedade voltou a questionar a qualidade dos ingredientes e nutrientes dos produtos nele preparados e retomou algumas perguntas que existem desde que foi lançado: o que as comidas próprias para microondas têm de diferente das convencionais? A radiação emitida é perigosa? Será que consumir excessivamente esses produtos faz mal à saúde?

De acordo com Luís Fernando Haruna, formado em Física e estudante de Engenharia de Alimentos na Unicamp, Universidade de Campinas, a maioria das afirmações sobre o assunto é mito. "Não há nada de diferente entre os alimentos próprios para microondas e os convencionais que os impeça de serem preparados em fornos e fogões". O único diferencial é que a onda emitida pelo eletrodoméstico consegue aquecer qualquer comida de forma mais rápida que outros métodos, o que também explica o motivo desses produtos serem comercializados em um recipiente específico. "A embalagem é desenvolvida de tal maneira que a distribuição das ondas se torna a mesma em todas as partes do alimento. Além disso, esse sistema impede que uma explosão aconteça no instante em que a água se transforma em vapor", esclarece.

Uma preocupação comum entre as pessoas é em relação à radiação emitida pelo aparelho. Segundo o mestre em física, Rogério Menezes de Almeida, estudante de doutorado e atualmente professor de Física na Unicamp, esse processo aquece os alimentos por meio da vibração molecular que provoca, mas não danifica a comida. "As microondas têm efeitos estritamente térmicos e, portanto, não alteram a estrutura molecular do item que está sendo irradiado", garante o professor.
Almeida também desmente a história de que a exposição a esses raios poderia causar câncer. "A freqüência envolvida não é suficientemente alta para ionizar os átomos de tecidos biológicos e, portanto, não causam mutações nas células". O máximo que poderia acontecer seriam queimaduras na pele e no músculo, já que a radiação reage principalmente com as moléculas de água, que são o principal componente do corpo humano. Segundo o site do Inmetro, Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, ainda não foi estipulado qual o grau de exposição considerado seguro, mas, para evitar possíveis acidentes, só é autorizada a comercialização do forno se as portas não permitirem a saída dessa radiação.







Problemas da comida modernaO que dá para perceber é que o problema não está somente nos produtos para microondas, mas em todos os alimentos pré-fabricados, que contêm corantes, aromatizantes e conservantes, como alerta a nutricionista clínica Adriana Biral. O diacetil, acusado de prejudicar a saúde do americano citado na notícia, é um dos responsáveis pelo aroma de manteiga da pipoca e nada tem a ver com a composição da embalagem, como foi dito em alguns veículos.

Ultimamente, não só a pipoca, mas tudo que comemos contém algum ingrediente artificial para realçar e prolongar seu sabor e sua aparência saudável. Segundo Adriana, um dos grandes vilões nessa história é a gordura hidrogenada, que é produzida industrialmente a partir do óleo vegetal. A substância causa um aspecto crocante e viçoso porque solidifica os alimentos, porém esse lipídio também causa o enrijecimento dos vasos sangüíneos. "O óleo vegetal é uma gordura insaturada, portanto faz bem para a saúde. O processo de modificação desse óleo transforma o que era insaturado em saturado, o que é muito mais prejudicial ao ser humano e pode causar inúmeras doenças, como arteriosclerose e aumento do colesterol ruim e das triglicérides", explica a nutricionista. Adriana Furquin, professora do curso de Gastronomia do Senac, avisa que não há problema algum em comer esses alimentos





. "O homem sempre consumiu gordura, ele precisa dela para sobreviver, mas hoje em dia o abuso é grande. Desde a batata frita, até a papinha para criança, tudo contém gordura em excesso. Impossível não prejudicar o organismo de uma pessoa", alerta.

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