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Monday, May 29, 2006

Gastronomia Santa... O mosterio de São Bento em São Paulo...

Os monges beneditinos chegaram à São Paulo em 1598. A Companhia de Jesus e a Ordem do Carmo eram as únicas ordens religiosas em São Paulo.Fr. Mauro Teixeira foi o primeiro beneditino a chegar à São Paulo. Natural da cidade de São Vicente, ele foi discípulo direto do jesuíta Pe. José de Anchieta. Após a morte de seus familiares pelos índios tamoios, num ritual de canibalismo, Fr. Mauro entrou no Mosteiro de São Bento da Bahia.Terminada sua formação monástica, o Padre Provincial Fr. Clemente das Chagas o envia à São Paulo, onde funda uma pequena ermida, núcleo inicial da presença dos beneditinos na cidade. Logo em seguida, vem o Pe. Fr. Mateus da Ascenção edificar um mosteiro e formar o primeiro núcleo comunitário.Assim que ele chegou, a Câmara Municipal doou, em 9 de maio de 1600, um pedaço de terra que situava-se "no lugar mais ilustre da vila, depois do Colégio da Companhia", em doação perpétua "até o fim do mundo". O local era onde se localizava a antiga taba do caçique Tibiriçá, "o glorioso índio que realizara a aproximação euro-americana e permitira o surto da civilização no planalto, salvando São Paulo da agressão tamoia de 1562", segundo as palavras do historiador Taunay.Somente em 1634, as obras foram terminadas e constituída em Abadia. A capela fora dedicada a São Bento. Posteriormente, a pedido do Governador da Capitania de São Vicente, D. Francisco de Sousa, grande benemérito dos beneditinos, foi mudado o patrono da capela paulistana para Nossa Senhora de Montserrat. E, 100 anos depois, em 1720, a capela passou a chamar-se de Nossa Senhora da Assunção, título que se conserva até hoje.

Seguindo a tradição beneditina, a Comunidade do Mosteiro de São Bento de São Paulo segue a Regra de São Bento como mestra de vida monástica. Conforme entendiam os monges na Idade Média, interpretando o espírito da Regra, o lema de São Bento podia ser resumido pelo ora et labora – ora e trabalha. Acrescenta-se a esse lema et legere, ou seja, "e leia", uma vez que, para São Bento, a leitura tem um espaço privilegiado na vida do monge, em especial a leitura das Sagradas Escrituras. Em vista disso, o ritmo da vida no mosteiro favorece o justo equilíbrio, temperando os momentos de trabalho (corpo), com a leitura (alma) e a oração (espírito).

Ão Bento ao escrever a Regra para os seus monges no século VI, os adverte que o mosteiro deva ser construído de tal forma que possua padaria, horta, queijaria, pomar, oficina para atender as necessidades da comunidade. Para o patriarca beneditino a vida do monge é o ora et labora, oração e trabalho, pois a ociosidade é inimiga da alma; por isso em certas horas devem ocupar-se os monges com o trabalho manual, e em outras horas com a leitura espiritual.A abadia beneditina de São Paulo não foge à regra. Em 1999 passou a oferecer ao público o Bolo dos Monges, servido no café dominical dos monges.


O sucesso foi tão grande que no ano seguinte foi lançado o Bolo Santa Escolástica cuja receita suíça-alemã data do séc. XVIII, sempre foi servido na grande festa litúrgica da Páscoa. Em 2001, o Pão São Bento veio confirmar o sucesso das iguarias beneditinas; diariamente são feitos cinqüenta pães artesanalmente que rapidamente desaparecem das prateleiras da boulangerie. O Pão de Mel Benedictus logo conquistou o paladar dos fiéis.O último produto lançado pelos monges é o Bolo Dom Bernardo. Tradicional bolo francês de especiarias.Todas as receitas são seculares, guardadas sob o mais absoluto segredo. A forma de prepará-los só é transmitido a um outro monge para que se continue cumprindo o que escreveu S. Bento: "são verdadeiros monges, se vivem do trabalho de suas mãos".

Bolo Dom Bernardo é uma antiga receita francesa que os monges fazem na grande festa litúrgica do Natal. Feito à base de café, chocolate, conhaque, nozes, pêssego e gengibre.

Bolo Santa Escolástica é feito de nozes e maçã, cuja receita foi trazida da suiça pelos inúmeros monges europeus que vieram para a restauração dos mosteiros brasileiros.

Bolo dos Monges elaborado à base de vinho canônico, damasco, ameixa e açúcar mascavo. Este bolo data do final do séc. XIX, e foi elaborado por monges brasileiros.

Pão São Bento que tem na mandioquinha o seu ingrediente principal é uma criação dos monges beneditinos paulistanos.

Mel & Geléia de Damasco são produtos artesanalmente elaborados pelos monges.

Benedictus é um pão de mel recheado com geléia de morango


Todos os produtos estão à venda na loja do Mosteiro. Domingo logo após a missa das 10h;de segunda a sexta no horário de 7h às 18h; e sábado de 7h30 às 12h.Tel.: (11) 3328-8799

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